14 Feb, 2025

Se mudar para outro país sozinho já é um desafio. Agora, quando essa decisão envolve um casal, a complexidade dobra! São duas carreiras, dois estilos de vida, expectativas, finanças e burocracias a serem alinhadas para que a transição seja bem-sucedida.

Aqui na Passaporte Tech, nós vivemos essa realidade na prática! Somos dois casais que tomaram a decisão de internacionalizar suas carreiras juntos e hoje trabalhamos ajudando outras pessoas a planejarem essa jornada com estratégia.

Camila Vargas & Gustavo Rodarte – Consultora e engenheiro de software, especialistas em internacionalização. Eles acumulam vasta experiência trabalhando remotamente para empresas de diferentes países e vivenciando a rotina de nômades digitais ao redor do mundo.

Lígia Rolim & Luciano Rolim – Profissional de Cybersecurity e Product Manager, com forte experiência como expatriados em diversos mercados. Moraram e trabalharam em diferentes países, adquirindo conhecimento profundo sobre processos de imigração, mercado de trabalho global e adaptação cultural.

Os dois casais já visitaram mais de 30 países e viveram em 20, combinando experiências reais de expatriados e nômades digitais para ajudar profissionais de TI a construírem uma carreira internacional com estratégia.

Cada um de nós passou por desafios e aprendizados únicos que queremos compartilhar para que você e seu parceiro(a) possam tomar decisões mais estratégicas na sua internacionalização.

Se você e seu parceiro sonham em morar no exterior, mas não sabem por onde começar, este artigo é para vocês!

O primeiro passo: alinhar expectativas

Antes de pensar em passaporte, visto ou entrevistas, o primeiro passo para mudar de país em casal é a conversa sincera e detalhada sobre expectativas.

Muitos casais entram na jornada da internacionalização com a empolgação de viver uma nova experiência, mas sem discutir o que cada um realmente espera da mudança. Isso pode gerar frustrações ao longo do tempo, especialmente se um dos dois estiver mais preparado ou motivado do que o outro.

Algumas perguntas essenciais que precisam ser discutidas antes da mudança:

✔️ Por que queremos morar fora? O que está nos motivando? É uma busca por crescimento profissional? Qualidade de vida? Segurança? Uma experiência cultural? Entender isso evita arrependimentos no futuro.

✔️ Qual é a nossa prioridade como casal? Cada país oferece vantagens diferentes. Se um prioriza qualidade de vida e segurança e o outro quer crescimento profissional acelerado, pode ser preciso equilibrar essas expectativas na escolha do destino.

✔️ O país escolhido atende às expectativas de ambos? Em alguns casos, um pode ter facilidade para conseguir emprego, enquanto o outro terá mais dificuldades. Como isso será gerenciado?

✔️ Estamos dispostos a recomeçar do zero? Mudar de país pode significar ter que mudar de carreira, revalidar diplomas, aprender um novo idioma ou lidar com burocracias inesperadas. Ambos estão prontos para isso?

✔️ O que acontece se um de nós não se adaptar? Ter um plano B é essencial. E se um dos dois quiser voltar? Como o casal lidará com essa possibilidade.

Quando só um trabalha com TI: como planejar a mudança?

A maior preocupação em um casal onde só um trabalha com tecnologia é: o que o outro fará no novo país?

Muitos profissionais de TI conseguem ofertas de emprego no exterior com facilidade, mas a realidade do parceiro(a) que não está na área pode ser bem diferente. Isso pode gerar um grande impacto emocional e financeiro se não for bem planejado.

Em alguns países, o visto do profissional de TI permite que o parceiro(a) trabalhe sem restrições, mas em outros, o cônjuge pode ter limitações legais para exercer atividades profissionais. Além disso, mercados de trabalho menos flexíveis podem dificultar ainda mais a transição, dependendo da área de atuação do parceiro.

O que considerar antes da mudança?

✔️ O país escolhido permite que o cônjuge trabalhe?

Nem todos os países oferecem visto de dependente com permissão de trabalho. Em lugares como Alemanha e Holanda, o parceiro(a) pode conseguir um visto que permite trabalhar. Já em países como Japão e Emirados Árabes, as regras podem ser mais rígidas, exigindo que o cônjuge consiga um visto de trabalho próprio.

Antes de decidir para onde se mudar, consulte as regras de imigração do país e verifique se há opções para o parceiro(a) trabalhar legalmente.

✔️ O parceiro(a) pode estudar ou empreender?

Caso o visto não permita trabalho imediato, o parceiro(a) pode aproveitar para investir em uma nova formação ou abrir um negócio.

Alternativas viáveis:

• Fazer uma pós-graduação ou especialização no país de destino para facilitar a entrada no mercado local.

• Apostar no empreendedorismo digital, abrindo um negócio online que funcione independentemente do local.

• Buscar oportunidades como freelancer ou trabalho remoto para clientes internacionais.

Em alguns países, estudar pode ser uma alternativa interessante, pois permite a obtenção de um visto diferente, muitas vezes com permissão parcial para trabalhar.

✔️O mercado de trabalho local tem oportunidades para a profissão do parceiro(a)?

Nem todas as áreas têm forte demanda no exterior. Enquanto setores como TI, engenharia e saúde costumam ter muitas vagas para estrangeiros, carreiras em humanidades e setores públicos podem ser mais difíceis de ingressar.

Como avaliar o mercado de trabalho do parceiro(a):

• Pesquise no LinkedIn Jobs e Glassdoor para ver a quantidade de vagas disponíveis.

• Veja se o país exige revalidação de diploma para atuar na profissão.

• Analise se há barreiras linguísticas, especialmente para profissões que exigem interação direta com o público.

✔️ O custo de vida no país permite viver com apenas um salário?

Se o parceiro(a) demorar para conseguir trabalho, o casal precisará se sustentar com apenas um salário. Antes de se mudar, façam um planejamento financeiro para garantir que isso seja viável.

Checklist financeiro:

• Pesquisar o custo médio de vida no país (Numbeo e Expatistan ajudam nessa análise).

• Calcular despesas essenciais (aluguel, alimentação, saúde e transporte).

• Ter uma reserva de emergência de pelo menos 6 meses de despesas.

Simulem como seria viver apenas com o salário do profissional de TI por alguns meses antes da mudança. Isso ajudará a entender se o casal conseguiria se manter sem dificuldades.

Quando ambos trabalham com TI: vantagens e desafios

Se os dois parceiros atuam no setor de tecnologia, a mudança internacional pode parecer mais fácil em alguns aspectos – afinal, a área de TI está em alta demanda globalmente. No entanto, isso não significa que a transição será isenta de desafios.

Casais na área de tecnologia precisam alinhar expectativas constantemente, pois as oportunidades podem surgir de forma desigual. Um pode receber uma proposta incrível em um país que não era prioridade, enquanto o outro pode estar em um momento de estabilidade na carreira. Como lidar com isso?

Facilidades para casais de TI:

✔️ Maior facilidade para imigração: Diversos países possuem processos de visto simplificado para profissionais de tecnologia, permitindo que ambos consigam visto de trabalho independente.

✔️ Estabilidade financeira e flexibilidade: Ter dois salários na área de TI permite um planejamento financeiro mais seguro e dá ao casal mais liberdade de escolha, especialmente para decidir onde morar e como dividir os custos.

✔️ Mais opções de realocação internacional: Se um dos dois conseguir um emprego primeiro, o outro pode usar o tempo de adaptação para buscar a vaga ideal, sem pressão imediata.

Exemplo prático:

• João e Marina são desenvolvedores back-end. João recebeu uma proposta em Estônia para trabalhar com blockchain, mas Marina estava bem estabelecida em uma empresa remota. Eles decidiram que João aceitaria a vaga primeiro e Marina continuaria no emprego remoto até encontrar algo que fizesse sentido no novo país. Três meses depois, ela recebeu uma proposta melhor em Amsterdã – e eles precisaram repensar os planos para o próximo passo.

Solução: Em vez de decidir no impulso, fizeram um planejamento de longo prazo. Como a Estônia e a Holanda são próximas, avaliaram juntos qual país ofereceria mais vantagens fiscais, melhor qualidade de vida e melhores oportunidades para ambos. No fim, decidiram manter a Estônia como base e Marina trabalhou híbrido, indo a Amsterdã uma vez por mês.

Aprendizado: Em um relacionamento onde ambos são da área tech, a melhor escolha nem sempre é óbvia e pode exigir um período de adaptação.

Desafios para casais de TI:

Nem sempre ambos conseguirão uma vaga no mesmo país ou ao mesmo tempo.

O mercado pode estar mais aquecido para uma área específica. Se um dos dois trabalha com Desenvolvimento de Software e o outro com Suporte Técnico, por exemplo, pode ser que um consiga um emprego rapidamente, enquanto o outro leve mais tempo.

Dica prática: Se um dos dois já conseguir uma vaga, vale considerar a opção do outro ir como dependente primeiro e buscar algo depois. Muitos países oferecem visto de dependente com permissão de trabalho, permitindo que a transição aconteça de forma mais estruturada.

Mas também cada um pode ter expectativas diferentes sobre qualidade de vida e futuro da carreira. Enquanto um pode querer um país com alta remuneração e grandes oportunidades na área tech (como EUA e Reino Unido), o outro pode preferir um destino com melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional (como Holanda ou Alemanha).

Exemplo prático:

• Ana e Rafael são um casal de Product Manager e DevOps. Ana recebeu uma proposta incrível para trabalhar em Londres, mas Rafael sempre quis morar na Espanha, onde o custo de vida e o clima são melhores. Eles precisaram decidir juntos o que priorizar: o fator financeiro da proposta de Londres ou a qualidade de vida da Espanha?

Solução: Decidiram que Ana aceitaria a vaga em Londres com um contrato inicial de um ano, enquanto Rafael trabalharia remoto para uma empresa espanhola. Se, depois de um ano, Londres não atendesse às expectativas, eles reavaliariam a mudança.

Aprendizado: Para casais de TI, a jornada não precisa ser definitiva. É possível testar e ajustar as decisões ao longo do caminho.

Como tomar decisões estratégicas para evitar conflitos?

Antes de aceitarem qualquer proposta internacional, alinhem o que realmente importa para cada um:

• Crescimento profissional

• Qualidade de vida

• Oportunidade financeira

• Facilidade de imigração

✔️ Considerem um "plano por etapas"

Em vez de tentar resolver tudo de uma vez, dividam o plano em etapas, testando o que funciona melhor para ambos.

✔️ Estejam abertos a ceder e adaptar

Em algum momento, um dos dois pode precisar abrir mão de algo. Seja a preferência por um país, o tipo de vaga ou o tempo de espera para que o parceiro também consiga uma oportunidade ideal.

Lembre-se: O casal deve agir como uma equipe. Mudar de país não é só sobre carreira, mas sobre construir uma nova vida juntos!

Conclusão: Como tornar a transição mais equilibrada?

Mudar de país em casal é um desafio que exige comunicação, planejamento e flexibilidade. O mais importante é garantir que ambos se sintam valorizados na decisão, seja na escolha do destino, na adaptação profissional ou na construção de uma nova vida juntos.

O que fazer para garantir equilíbrio na mudança?

✔️ Escolham um país estrategicamente, considerando oportunidades para ambos.

✔️ Criem um plano de carreira para o parceiro(a) antes da mudança, para evitar incertezas.

✔️ Estabeleçam uma reserva financeira sólida, garantindo segurança no período de transição.

✔️ Busquem redes de apoio e conexões locais para facilitar a adaptação e encontrar oportunidades.

✔️ Estejam abertos a ajustes e negociações – internacionalização é um processo contínuo!

Na Passaporte Tech, entendemos que mudar de país é uma decisão que impacta a vida como um todo, e por isso ajudamos casais a planejarem essa transição de forma estratégica e personalizada. Se você quer um plano que leve em conta carreira, vistos, oportunidades e planejamento financeiro, fale com a gente!

Informações Adicionais

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Obrigado pela leitura e sucesso na sua jornada global!